Haem Claire
Rebelo Teresa
Introdução
A escola se impõe como lugar de construção para o adolescente. A adolescência e as reorganizações objetais e narcísicas que ela convoca fazem da escola um local-chave para o molde identitário, mas ela é também o palco dos sofrimentos adolescentes. Nossa hipótese buscava verificar se a evasão escolar poderia ser o resultado de condutas autodestrutivas, sintomáticas de um sofrimento emergente das reorganizações adolescentes.
Metodologia
Para verificar essas hipóteses, utilizamos uma metodologia qualitativa. Iniciamos com uma entrevista clínica semiestruturada para coletar informações relativas à anamnese, à história familiar, à situação escolar, às relações sociais e às condutas de risco. Em seguida, procedemos à aplicação de dois testes projetivos: o Rorschach e o TAT, que deveriam nos fornecer informações analisáveis quanto ao narcisismo e ao investimento objetal dos sujeitos. Por fim, concluímos nossos encontros com uma última entrevista semiestruturada.
Conclusão
O termo autodestruição nos permitiu reunir sob um termo ateórico e amplo as condutas conscientes e inconscientes de auto-imposição de dificuldades do adolescente. No entanto, a evasão escolar sendo um sintoma e não uma identidade psicopatológica, sua causa é multifatorial, podendo ser explicada por diversos processos psíquicos, diversas situações sociais e não é redutível a uma única entidade.